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domingo, dezembro 20, 2015

Carta ao Desconhecido

Caro amigo, são três horas da manhã. As coisas mudaram, as pessoas mudaram, eu mudei. Durante as últimas semanas pensei estar enlouquecendo. Fui engolida pela rotina e pela lista de afazeres. Minha alma não se alimenta de obrigações. São dos momentos de ócio, de desvaneio, que minha mente pode me tirar do chão. São também nesses momentos que as melhores idéias estralam na minha cabeça e que as soluções mais complexas desabrocham como se sempre estivessem ali. Projetar se mostrou algo incrível. O memento de completo êxtase quando encontro a saída para algo que me tirou noites de sono aflora sentimentos que não sei descrever. Encanto, paixão. Conviver diariamente e aprofundar os estudos sobre representação, arte e movimentos artísticos e arquitetônicos é algo que permite e direciona o que sempre esteve em mim. Essa noite, enquanto tomava uma xícara de chá, desviei o olhar para a janela da sala. A paisagem do meu apartamento é simplesmente incrível a qualquer horário. Durante o dia as montanhas mineiras enchem os olhos. A noite, as luzes das ruas e dos prédios preenchem a alma com a sensação de que a qualquer horário, não estamos sozinhos. Ainda essa semana consegui ver vários apartamentos acesos com outros estudantes compartilhando da rotina de estudos noturnos. Esse não é o caso dessa noite. Hoje o céu está limpo, é possível apreciar as estrelas. Perco o fôlego a preciando a vista. Não consigo entender como em um lugar desses posso deixar a rotina falar mais alto. Respiro fundo como quem tenta limpar todas as mágoas que carrega no peito. Ta tudo tão diferente, não tem porque remoer isso dentro de mim. Deixa o passado pra trás. Te desejo muita felicidade e paz, graças a tudo hoje sou quem sou. E que me venha paz, que o peso das costas diminua, que meus pés voltem a flutuar.