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segunda-feira, outubro 03, 2011

Ventava-se na mente.


Brincava de escrever para dizer que tinha uma alma. Não tinha mais nada. O cansaço, o desgaste, a vida, sugaram-lhe tudo. Até a última gota de sonhos, esperanças e sorrisos. Observava o brilho das estrelas, queria um pouco daquilo, um pouco de magia. Não tinha nada. E os ventos ventavam de um lado para o outro, arrancavam gravetos, brincavam de se vingar de todas as vezes que as janelas não os deixaram entrar. A pipa não se importava, dançava no ar. A menina sorria com o cabelo parecendo flutuar, sua bola de chicletes fazia toda a tarde estalar. Acabei por acreditar que o sorriso voltava como quem olhava pra trás. Aumentei a vitrola de madeira, fui-me embora a dançar.

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