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terça-feira, março 15, 2011

Enfim encontraram-se.


E desceu do carro correndo. De moletom, shorts e fones de ouvido. Mordia os cantos das unhas à espera do ônibus que deveria ter chegado às 20:00. Ansiosa olhava as horas no gigantesco relógio sobre sua cabeça. A cabeça girava, mil pensamentos, sorria de canto enquanto se dependurava no para-peito. Um ônibus velho apontou na entrada da rodoviária. Ela saiu descendo correndo as escadas. O tênis falava, gritava, junto à ansiedade do corpo. Transporte e garota se encaravam em um só ponto. Ainda mordia as unhas enquanto procurava por só uma pessoa em meio à as caras estranhas. E ele se virou. Ela nunca se sentiu tão bem como quando os olhares se cruzaram. Uma troca de sorrisos tortos, sem graça, vergonhosos. "Mas que se dane a vergonha", pensou. E saiu correndo na direção da criatura mais incrível do mundo. Um abraço desajeitado. Um oi desengonçado. E pegou uma das suas mochilas, colocou no ombro. E saíram conversando, o braço dele passado sobre seu ombro, ela dando risadas dos casos que contara sobre o que aconteceu na viagem. Um esbarrão em uma sacola de uma senhora. A menina tropeçara, como sempre, tão desastrada. Uma série de risadas. E chovia naquela noite. Chuva engraçada, alegre e bem sincronizada. Enquanto corriam de volta ao carro, mais um tropeção no canteiro que dividia a avenida. Desta vez, no lugar de algumas gargalhadas, um beijo inesperado. Um coração encantado. E assim se lembram hoje, com a idade pesando na coluna, de como foi a primeira vez que se viram. E continuam ainda com suas conversas engraçadas, as crises de risadas e o amor para toda a vida.

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