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domingo, fevereiro 27, 2011

(In)esperança.


O café está frio, pela janela as nuvens anunciam mais uma chuva estrondosa. Perdi completamente o apetite, a esperança, a vida. Esbarro com força sobre o pé da mesa. Caio no chão e fico lá, parada, ouvindo o resto do que já fui em uma respiração continua. Até o copo de água ao lado do vazinho de flores artificiais, embrulha-me o estômago. A cada dia percebo meu corpo mais cansado, a face cada vez mais amarelada. Não sinto mais nada. Não tenho vontade de nada, amor por nada, saúde pra nada. Provavelmente estou apenas com mais uma doencinha comum. Porém minha alma tem roubado forças. São tantas cobranças, exigências, regras e etiquetas. Não fui feita para levar esse tipo de vida. Sempre adotei aquela maneira engraçada, do faço o que quero quando quero. Tempo virou-me coisa rara. Mau humor virou companheiro de todas as manhãs e amor, um amigo antigo que não me faz visitas. Fecho os olhos desejando minha felicidade de volta. Ao abri-los, nada havia acontecido. Talvez amanhã algo mude. Preciso fechar as janelas, as roupas, cabelos e almas já estão encharcados.

Apelos inconscientes de uma sentimentalista.


Ainda lembro-me de todos os mil contos de fadas à mente. Ainda lembro-me da maneira como acordara todas as manhãs com um olhar reluzente. As manhãs têm sido chuvosas. Gostaria da sua presença. Outro dia, peguei-me olhando através da janela enfumaçada, parecendo estar esperando por alguém. Mas você não virá. Qualquer outra companhia me parece inconveniente. Um sentimento angustiado domina onde um dia já esteve um amor interminável. Talvez o amor tenha se mudado, desistindo de fazer-me feliz. A vida anda agitada, querido. Mas ainda penso em ti todas as noites ao encostar a cabeça no travesseiro. Gostaria de ter coragem para lhe telefonar, mas não tenho. O que diria? Olá? Não, não, talvez amanhã eu ligue. Já lhe disse que odeio esse lugar? O modo como as pessoas daqui parecem não ligar se você tem algo diferente de telefones celulares, bolos de dinheiro ou chaves de imóveis. Ninguém se importa com o tal do sentimento, muito menos com o sofrimento. Quero voltar para nosso mundo do qual me expulsara. Quero voltar a ser a pessoa com quem brigava, porém amava. Ta tudo tão difícil, chato e complicado sem você.

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Ainda amara.


Silenciava a mente enquanto palavras aleatórias saíam da boca. Sufocava os pensamentos, congelava o coração. Porque as vezes parece mais fácil não sentir nada. O problema é quando se esforça para sentir o que não se sente a tempos. Para ouvir o coração pulsar por outra pessoa, sendo que ele ainda pertence ao mesmo colecionador de corações de sempre. Aceitei calada a idéia de amar sempre a mesma pessoa que fez-me apaixonar pela vida. Desajeitada, jogada, sorria por dentro de um jeito meio torto, meio apaixonado, com alguns poréns à mente, com um jeito engraçado de lembrar que ainda amara com um coração estraçalhado.

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Difícil.


Difícil explicar porque ainda está parada no mesmo lugar. Difícil explicar porque se lava o rosto depois de chorar. Difícil explicar porque tudo sempre tem seu jeito e sua maneira certa de estar. Tenho poder de gostar de tudo que é estranho, bizarro e engraçado. Tenho o poder de gostar de tudo que geralmente é rejeitado. Por odiar leis de como se encaixar, fazendo tudo do meu jeito, do meu estado de consciência, da minha maneira meio louca de achar o errado certo e o certo errado. E ainda hoje grito com todos que me dizem que deveria ser mais normal, parecida com o resto da garotas da minha idade. Mas não sou, tenho a mente de uma senhora que vivenciou fatos de mil anos atrás. Sou o tipo de pessoa que se isola em dias que pula da cama se sentindo virada do lado avesso. Sou o tipo de pessoa que quando estou bem, nunca para de falar, de dançar, de gargalhar. Será tão difícil compreender que talvez não seja do jeito perfeito que deveria ser?