Pesquisar este blog

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Insanidade de mente esperançosa.


Em voz alta, eu lia aquelas páginas, como se nenhuma palavra existisse apenas para os olhos as transmitissem para a cabeça, como se o som, o tom, a cor, o cheiro, tudo estivesse ali, me devorando para acabar com o sofrimento de não saber o fim:

"E fechara os olhos enquanto se imaginava a voar. Partindo dali, deixando todo o sangue, que ontem escorrera por suas mãos, se secar. Deixando todas as espadas, machados e espingardas pra trás. Sua alma teria uma nova chance de se renovar. Tudo seria tão bom naquele lugar. A mente estava à flutuar nos pensamentos de sempre. Uma porta bate com força o fazendo desabar e voltar. Os gritos de toda a desarmonia e angustia voltando à seus ouvidos presos no corpo ainda acorrentado a seu mundo habitual. Em meio ao desespero tudo ia se perdendo, obrigando-o a se trancafiar dentro de um armário escuro no qual começara a arranhar sincronadamente a antiga porta de madeira. Enquanto as lascas lhe perfuravam a mão, com gritos desesperados ele repetia que toda aquela dor física praticamente não existia perto da dor de espírito de estar ali. Então, com toda a coragem que por todos esses anos fingiu conter em suas artérias, puxou uma pequena faca que carregava à cintura e se cortou até não ter mais força de permanecer em pé. Enquanto desabava rumo a morte só pensava no que aconteceria agora que o corpo morrera. Mas nada aconteceu, a alma não sobreviveu. E acabou assim mesmo, sem poder fazer mais nada. Acabou ali, dentro do armário, sozinho, durante à insanidade de sua mente. Acabou assim, matando o corpo e a alma do pior jeito."

Enquanto fechava o livro lentamente eu me perguntava insistente: Porque tudo sempre tem um fim tão trágico como sua mente?

Nenhum comentário:

Postar um comentário