Pesquisar este blog

segunda-feira, janeiro 31, 2011

Joguei-me no sofá.


Sentei-me em um canto qualquer do sofá, sem sentimento nenhum no peito enquanto gritava por dentro que a vida não ia conseguir mais me ferir. Mas se torna cada dia mais difícil esquecer do que se ama e ficar com um buraco no peito. Enquanto tentava esquecer, parada lá, naquele mesmo lugar, com uma armadura de ferro pesando os ombros, os dias foram passando, tudo lá fora mudando. No dia que enfim despertara, desconhecia até a própria sombra, mas ainda sentia as mesma dores do começo. À um certo tempo comecei a consumir solidão, jogada no sofá, só pensando em como tudo poderia ser. Recusando visitas de qualquer criatura viva, ignorando o telefone que um dia já tocara sem parar. Depois de um tempo, as pessoas se acostumam com o fato de você estar isolado. Acho que todos evitam ver os problemas. Levantei-me pensando em fazer algo, mas sem inspiração para desenhos, para sonhos, para vida. Desequilibrei mais uma vez, caindo sobre o tapete empoeirado, admitindo ficar ali, até ter coragem para recomeçar tudo que perdi.

Ele está.


Ele está. Apenas está. Está no lugar, na hora, no estado de espírito. Ele está do jeito que sempre esteve dizendo ao resto do meu reflexo que pare de se iludir com o que as coisas pareçam ser. Ele está como sempre esteve, mas de um jeito meio diferente que alma alguma ousa tentar entender. Ele está. E como está. Larguei a vida e fui voar. Encontre-me depois que acordar.

Desesperada.


Cortou os cabelos como se eles contivessem todos os males que tudo já lhe trouxera. Mas não continham nada, eram apenas cabelos. Arranhou os próprios braços como se estivessem amarrados em algo. Mas não estavam, ela estava livre para ir onde quisesse. Sua mente a manteve em desespero quando se viu sozinha em meio a tantos rostos conhecidos. Sem acreditar em nada indagou-se: Calma garota, engula esse choro. Agora levante-se daí e vá viver sua vida, gritando com tudo de te aterrorizar, que você consegue e vai superar.

Depois que tudo acaba.


É tão estranho quando você tenta lembrar de algo que parece ter acontecido à anos. É tão estranho quando quem você considerava vida se vai, mas você continua vivendo. É tão estranho como mesmo com o coração partido, ele continua batendo. E sinto um aperto no peito sempre que me lembro de como tudo costumava ser. Um aperto tão forte que me dá vontade de morrer. Tento me esconder em meio à escuridão, porém continuo lá, ainda ouço minha respiração fraca e sinto meu coração bater mais dolorido a cada instante. Porque doí tanto se é assim que as coisas deveriam acabar? Cada um pro seu lado do jeito que todo mundo sempre disse que ia acontecer. Me tornei alguém que apenas está ali, de corpo presente e mente distante. Eu só queria saber se um dia, essa tristeza aqui dentro vai passar, só queria saber se um dia eu vou voltar a sonhar.

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Viver.


A mesma pessoa que te arrancou um sorriso ontem, hoje esta te fazendo chorar, mas com certeza, talvez não amanhã, porém um dia, ainda vai te fazer cair no chão dando gargalhadas daquelas lágrimas. Todo mundo o tempo todo é completamente ridículo em relação a algo. Você acaba percebendo isso um dia. Algumas coisas acabam te fazendo ficar com a mente fechada nas reclamações, sem fé no dia que ainda vai nascer. O mundo te arranca tanto a esperança que acaba lhe fazendo sentir como se o melhor fosse morrer por ali. Até que acordar um certo dia te faça perceber como esta apenas no começo da vida e que não faz mau se sentir como se tudo que você sonha pudesse se tornar realidade. Viver pode ter várias interpretações, pra mim é enfrentar tudo o que você teme, sentir o suor nas mãos e não desistir. Viver é reparar em tudo que sempre esteve ali, perto de você. Viver é dar valor ao que ninguém mais dá. É estar com vontade de estar onde esta mesmo depois de se cansar. Você não precisa estar necessariamente com alguém para estar vivendo. Tem apenas estar sentindo alguma coisa dentro do peito.

Pensamentos.


Jogada sobre a cama daquele lugar que normalmente ignorara, a dor parece ser maior que nunca dentro do peito. O céu esta estrelado essa noite. O único barulho na casa é de um ventilador, indispensável nessa noite de verão, que esta despenteando meus cabelos. Algumas semanas atrás tudo que acontecia fluia perfeitamente. À alguns meses, minhas atitudes destes dias pareceriam apenas mais um dia. Hoje nada mais faz sentido. Todos os lugares, todas as pessoas, tudo me faz sentir como se estivesse no lugar errado na hora errada com as pessoas erradas. Alguém abre a porta e me faz despertar dos pensamentos. Começo a desistir de pensar tanto em tudo.

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Insanidade de mente esperançosa.


Em voz alta, eu lia aquelas páginas, como se nenhuma palavra existisse apenas para os olhos as transmitissem para a cabeça, como se o som, o tom, a cor, o cheiro, tudo estivesse ali, me devorando para acabar com o sofrimento de não saber o fim:

"E fechara os olhos enquanto se imaginava a voar. Partindo dali, deixando todo o sangue, que ontem escorrera por suas mãos, se secar. Deixando todas as espadas, machados e espingardas pra trás. Sua alma teria uma nova chance de se renovar. Tudo seria tão bom naquele lugar. A mente estava à flutuar nos pensamentos de sempre. Uma porta bate com força o fazendo desabar e voltar. Os gritos de toda a desarmonia e angustia voltando à seus ouvidos presos no corpo ainda acorrentado a seu mundo habitual. Em meio ao desespero tudo ia se perdendo, obrigando-o a se trancafiar dentro de um armário escuro no qual começara a arranhar sincronadamente a antiga porta de madeira. Enquanto as lascas lhe perfuravam a mão, com gritos desesperados ele repetia que toda aquela dor física praticamente não existia perto da dor de espírito de estar ali. Então, com toda a coragem que por todos esses anos fingiu conter em suas artérias, puxou uma pequena faca que carregava à cintura e se cortou até não ter mais força de permanecer em pé. Enquanto desabava rumo a morte só pensava no que aconteceria agora que o corpo morrera. Mas nada aconteceu, a alma não sobreviveu. E acabou assim mesmo, sem poder fazer mais nada. Acabou ali, dentro do armário, sozinho, durante à insanidade de sua mente. Acabou assim, matando o corpo e a alma do pior jeito."

Enquanto fechava o livro lentamente eu me perguntava insistente: Porque tudo sempre tem um fim tão trágico como sua mente?

terça-feira, janeiro 11, 2011

Seria tão estranho.


Seria tão estranho se eu não amasse o jeito como vocês aparecem de surpresa e me encontram de pijama, como me colocam no ombro e me obrigam a fazer algo que eu preciso mas não quero. Se eu não amasse o jeito como vocês pulam em mim para me acordar, como me sujam com glacê de bolo. Seria tão estranho se eu não amasse ter vocês por perto para me ajudarem nas contas de matemática, na ortografia. Para colocarem meus pensamentos em ordem e ouvir dizer: Vai ficar tudo bem. Sem vocês eu ficaria maluca, com uma criança em fuga.

Teorias.


As pessoas tem milhões de teorias, gosto de ter as minhas. Acredito que para cada pessoa no mundo existem outras que estão destinadas a fazer partes das suas vidas por algum motivo. Então se alguém te faz chorar é porque outra pessoa irá te reensinar a sorrir. Mas as vezes é só para você aprender que não se brinca com sentimentos, não se brinca com ninguém. Acredito que certas pessoas estão designadas a ficar para sempre ao seu lado, te reeguindo sempre que preciso. Quantos amigos você tem? Quantos deles são verdadeiros? Um número bem menor não é? Mas são dessas poucas pessoas que você precisa de verdade. Você tem uma família de sangue em meio a qual nasceu, e tem uma familia de coração, que escolheu com o passar dos anos e que também te escolheram. Você não é obrigado à amar a familia de sangue, só tem o mesmo sangue que eles. Mas a de coração é a primeira que você pensa quando precisa de alguém, é também a primeira que pensa em você. Ela pode ser composta por qualquer pessoas, pais, mães, tios, amigos, irmãos, vizinhos. Ela é feita por todos em quem você pensa quando acorda com um sorriso no rosto.

Recomeçar.


Um dia você se cansa de tudo o que fez e só quer sua vida normal de volta. Mas ae percebe que muita coisa mudou nesse tempo que você não estava lá. Porém você ainda esta vivo, não esta? Então faça tudo se ajeitar, deixe novas pessoas entrarem, novos ares nos quais você não vai se sufocar. Você um dia percebe que esta na hora de concertar tudo e recomeçar.

sábado, janeiro 08, 2011

O dia em que o vento não trouxe de volta.


O vento sopra, mas as folhas voltam para o lugar de sempre. E se um dia elas não voltarem?
O dia esta claro, mas em sua mente tudo escuro como nunca. Era cedo quando ele partiu em direção ao vento, sendo carregado por ele. Deixou suas marcas e principalmente saudades. Ela se recusa a aceitar que deixou sua imaginação aflorar demais. Ela continua caminhando pelo deserto escuro. Sem encontrar nenhuma figura com a cirueta desenhada na escuridão do dia. Ela pode andar, correr, mas continua achar estar parada em meio a minas prestes a explodir. Ajoelhada, pede aos céus que a tirem dali. As lágrimas que que nem ouso mencionar já se tornaram imperceptíveis. O que fazer quando mais nada ouve seus gritos no meio da noite? O que fazer quando os pesadelos pioram a cada dia? Continuar vivendo assim? Trágico, no mínimo trágico.

Deixou suas marcas. Nas minhas lembranças ficam alguém magnífico que me fez encantar pelo mundo. Aquele que contia uma explosão de sentimentos. Único e perfeito. E depois de tanto o vento levar cada um para um lugar e insistirmos em voltar, chegou a hora de aceitar que talvez, o vento não vai trazer de volta. Obrigada por ter estado comigo quando precisei.

quinta-feira, janeiro 06, 2011

Sem lugar


Com suas mãos suadas, ressecadas, tentam me puxar, chamando meu nome aos gritos para permanecer aqui. Porém de nada vai adiantar, eu não pertenço a esse lugar. Conforto é difícil de se encontrar, dia é em algum lugar sozinha, olhando pela janela, dia estando com pessoas únicas que só existem em um lugar. Sou uma pessoa estranha, talvez estranha por gostar de música clássica para aliviar a cabeça do agito constante. Por gostar de moveis antigos, lugares abandonados e cheiro de gasolina no ar. Talvez eu seja estranha por gostar de rolar na grama com meu cachorro e passar o fim de tarde olhando as nuvens brincarem. Seja estranha por gostar de desenhar rostos, pintar paisagens e fotografar detalhes. Talvez eu seja realmente a única a ser estranha assim. Não tenho um lugar.

domingo, janeiro 02, 2011

Irônico amor.


-Porque você não vai embora de mim? Não te quero mais aqui.
Berrou a garota aos ventos tentando afastar um amor impróprio. Mal sábia ela que no mesmo instante, em outro lugar, ele estava a gritar:
-Porque você não a trás para mim? Tudo que quero é ela aqui.
(Uma simples emoção de um típico amor proibido. Raiva, saudade, amor.)
Olharam então em direção ao sol que brilhava e cegava. Enquanto lágrimas caíam, criavam histórias sobre aquele momento, no mesmo instante que a história estava à ser criada. Minutos depois, a garota sussurra baixinho ao vento, dessa vez com lágrimas secando pelo seu rosto:
-Meu coração está em ti.
E se satisfez com um pequeno zumbido que o vento fez baixinho no canto da sua orelha com alguns brincos. Acabou por adormecer ali, em meio aquele campo meio florido, com o sol batendo fraco sobre seus cabelos. O que o vento pode ter sussurrado à ela? Talvez a resposta do amado:
-Durma minha querida. E se encontre comigo nos sonhos. Nada pode nos separar enquanto tivermos o mesmo coração. (com a respiração ofegante, completou) Eu te amo.
O amor é irônico e incompreensível. Porque atingir duas pessoas que possuem uma distância tão grande as separando? Creio eu que apenas para mostrar seu poder de colocar lado à lado as pessoas certas que nos trazem um sorriso no rosto.

" Obrigada, amor, por todas as noites sem dormir pensando em porque você atingiria justamente a mim. Obrigada por me fazer voltar a sonhar histórias sem sentido que não resultarão em nada. O amor era a irônia que estava faltando em mim."

Cartas de um alienígena perdido no mundo.


E a cada dia em meio à essas criaturas, mais me fascino por eles. Seus sentimentos, não muito diferentes dos meus. Suas manias de se sentirem completos estranhos na sociedade. Cada um deles encontra uma solução para essa mania de solidão. Alguns dançam, outros pintam, atuam, choram, se isolam, pensam, escrevem. A arte provavelmente foi fruto de alguns momentos de sentimentos, possivelmente de solidão. É impressionante a capacidade deles de se isolarem na mente mesmo estando com outros seres. Estão cansados de saber que só quem tem o botão de comando das vidas são eles mesmos, porém alguns tendem a se preocupar com opiniões irrelevantes de outros idiotas regentes de um vácuo absoluto. Esquecem-se que opiniões não nunca conseguirão mudar o que eles verdadeiramente são. Hoje, me encontro perdido em meio a esta civilização arcaica e surpreendente. Não compreendo muito bem as ações destas pessoas. Fingem sorrisos, beijos e abraços enquanto detestam umas as outras. Forçam dizer que esta tudo bem, enquanto só querem chorar. São no mínimo criaturas irônicas que falam tanto de sentimentos e os disfarçam tanto. Conseguem fingir até... (suspiro) amor.

Confesso que esta sendo difícil ficar longe do meu lar, a saudade está me consumindo. Mas mesmo assim, aqui esta sendo um excelente lugar para se pensar.
Não sei quando retornarei para casa.