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segunda-feira, dezembro 06, 2010

A roseira.


A mãe grita pelo nome da garotinha que esta parada debaixo da roseira a observando. Ela sabe que se colocar a mão com força e rapidez, os espinhos a machucarão, por isso, com a mão leve e um toque suave passar os dedos sobre a rosa e depois sobre o caule. Com cautela para não ser atingida pela fina ponta do espinho. Percebe que mesmo com a existência daquele feroz espinho, existe uma distância de dois dedinhos entre cada um deles. A mãe, percebendo a filha próxima ao perigo de se machucar com os espinhos corre até ela gritando cuidado. A menina responde: -Acalme-se mamãe, ela não quer me machucar. Entre os espinhos há um caule liso que me permite panhar a linda rosa sem que os espinhos me espantem. Só preciso de cuidado e amor. Ela só irá machucar os descuidados e grosseiros que não pararem para a apreciar. A roseira é magnífica não é mesmo mamãe? A mãe, espantada com os olhos observadores da filha apenas sorriu e disse: -É sim Amélia, a roseira é magnífica. Só precisamos saber como lidar com ela. A garotinha panhou uma rosa e entregou a sua mãe. A mãe encantada com a filha a carregou e completou: Sabe Amélia, o mundo é como uma roseira, ele não irá lhe machucar se você observá-lo bem, ser cuidadosa e então com delicadeza o enfrentar. A menina, com alguns fios de cabelo no rosto, graças ao vento do campo, a corrigiu: Enfrentá-lo não mamãe, vivê-lo. O mundo é a vida.

Hoje, a garotinha cresceu um pouco, afinal dez anos se passaram. Dos 5 anos, hoje ela possui 15. Aquele diálogo ecoa em sua memória quando olha para a rosa, agora seca, que havia dado à sua mãe. Mãe que hoje está apenas nas lembranças. Infelizmente o cancêr a levou cedo demais.

Com um sorriso a garota sussura. O mundo é a vida. Não importa onde você esteja, você pode viver a todo momento, ou apenas deixar que a rosa seque sem que você a aprecie.

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